Da minha vida
Nunca achei que eu terminaria assim. Sozinha. Não gostando da onde estou. Não gostando de quem me tornei. Cheia de arrependimentos. Com vontade de desenhar até o vermelho quente se esvair pela minha pele rosada, junto com um último suspiro. Mas acho que esse sentimento começou há quase um ano atrás, quando tive meu único rebento. Este, que utopicamente, o mundo suspira aliviado ao notar que uma mulher está seguindo seu caminho natural como procriadora e está contribuindo para a sociedade de maneira efetiva e do jeito que tem que ser. Até porque, desde sempre foi assim. A mulher serve para parir. Ponto. Sublinha. Risca embaixo. E é isso. Desde que esse fatídico dia aconteceu, me sinto desconectada com quem eu sou ( mesmo se eu soubesse, quem eu sou, exatamente - o que não sei- mas não me sinto conectada a nada). Abdiquei muito para criar este rebento, noites de sono, juventude, tranquilidade, cabelos antes que brilhavam agora caem e não são repostos. Esquecimentos constantes, tr